PEQUENAS EMPRESAS ESTÃO PESSIMISTAS COM A ECONOMIA
Empresários de pequenas e médias empresas optantes pelo Simples esperam uma piora do ambiente econômico nos próximos meses, segundo sondagem realizada pela Omie, plataforma de gestão na nuvem. Os empreendedores pessimistas chegam a 39%.
O levantamento mostra que 38% dos empreendedores indicaram perspectiva de estagnação e 23% apontaram expectativa de melhora. A elevação nas taxas de juros é o principal motivo para a expectativa menos positiva. Os altos custos da mão de obra e a elevada competitividade no segmento também foram apontadas como fatores que contribuem para o cenário pessimista.
O economista e gerente de indicadores e estudos econômicos da Omie, Felipe Beraldi, pontua que o principal destaque é o aumento na concentração de respostas sobre o tema taxas de juros elevadas, que subiu de 30% para 41%. “Além da Selic em níveis historicamente elevados, a seletividade dos bancos nos empréstimos destinados às pequenas empresas também afeta o custo final de obtenção de crédito por esses agentes econômicos”, observa.
Entretanto, a mesma pesquisa mostra que 43% dos entrevistados alegaram que o faturamento aumentou nos últimos seis meses e a expectativa de 77% é que ainda haja crescimento em 2024.
O economista ressalta também que, “mesmo que se mantenha o otimismo ao analisar a evolução do próprio negócio, a percepção geral dos empreendedores e gestores das pequenas e médias empresas a respeito do desempenho da economia brasileira se agravou”.
Do montante de gestores ouvidos, 39% responderam que registram estabilidade quanto ao faturamento e 18% indicaram queda. A percepção se mostra alinhada com o Índice Omie de Desempenho Econômico das Pequenas e Médias Empresas (PMEs), que indica alta de 4,9% no faturamento do mercado, em relação ao mesmo período do ano anterior.
O aumento dos custos e das despesas das pequenas e médias empresas foi sentido por 79% dos respondentes, enquanto o restante acredita em estagnação. Beraldi explica que a pressão inflacionária na economia brasileira e alguns fatores que influenciaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), como combustíveis e planos de saúde, afetaram os gastos das empresas já que avançaram acima da inflação geral. “O mercado de trabalho aquecido e o aumento real do salário mínimo neste ano também pressionam as despesas dos pequenos empresários com mão de obra”, diz.
Apesar disso, a maioria dos entrevistados (56%) contratou nos últimos meses e 37% esperam abrir postos de trabalho ainda este ano. “As pequenas empresas seguem com expectativas positivas para o curto prazo, possivelmente influenciado pela sazonalidade positiva do quarto trimestre do ano em várias atividades do comércio e de serviços”, avalia.
Beraldi espera que mesmo que o cenário macroeconômico com altas taxas de juros seja desfavorável, o crescimento da renda das famílias deve continuar sustentando o mercado das pequenas e médias empresas nos próximos meses.
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