IMPRENSA PATROCINENSE DESVALORIZADA DÁ SINAL DE ALERTA SOBRE COBERTURA DOS PODERES

Out 29, 2025 - 16:58
Out 30, 2025 - 14:24
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IMPRENSA PATROCINENSE DESVALORIZADA DÁ SINAL DE ALERTA SOBRE COBERTURA DOS PODERES

Por Alan Guimarães Machado

Ontem, terça-feira, 28/10/2025, foi notada a ausência de parte da imprensa patrocinense na cobertura da reunião do Legislativo, quase sem quórum; apenas uma emissora se fez presente. A lacuna evidencia a desvalorização das mídias locais. Os órgãos de imprensa sempre estiveram presentes nos acontecimentos, sejam eles bons ou ruins, para reportar aos ouvintes, leitores e telespectadores as minúcias dos fatos.

Porém, ao longo dos últimos 10 meses, é visível o desprestígio da classe por parte dos poderes públicos. Chega ao cúmulo, do Poder Legislativo, voz do povo, não possuir em seu quadro uma assessoria de imprensa, sem apoio aos vereadores e sem a devida valorização da instituição. 

Este quadro se agrava ao perceber que a Secretaria de Comunicação do Poder Executivo também não mantém relação estreita com os membros da mídia, chegando ao ponto de responsáveis desconhecerem as redações das mídias tradicionais da cidade.

O tamanho da desconsideração é notável. Outrora, a assessoria de imprensa era composta por profissionais da própria imprensa local, promovendo mais afinidade entre as partes. Atualmente, a Câmara Municipal não conta com assessoria de imprensa, não divulga releases e não mantém uma comunicação eficiente com a comunidade. Assim, prejudica-se também os vereadores, que ficam desacompanhados e sem um elo efetivo com a população – Os edis ficam sem cobertura e sem assessoramento; o legislador está sem voz, não há divulgação, justamente em um país onde a classe política já é desacreditada e deveria recompor a própria imagem e moral.

O institucional em declínio, enquanto isso, diárias, salários, benefícios e nepotismo sobressaem ao verdadeiro objetivo do parlamentar, que deveria ser o ato de fiscalizar e representar a população. Isso torna os membros do Legislativo cada vez mais descredibilizados.

É fundamental e inteligente reconhecer o trabalho da imprensa patrocinense. Porém, o que se vê é o oposto: os poderes têm dado provas contrárias. Ainda não instituíram agências de publicidade para credenciar as divulgações. Há hipótese para isso, falta de capacidade ou vontade de efetivar uma comunicação institucional ativa nos meios de comunicação.

Nos discursos diários, apenas da boca para fora, políticos enaltecem a imprensa como “quarto poder”, ressaltando seu alcance. Contudo, não tratam os jornalistas como profissionais.  Com amnésia, esquecem que todo trabalhador merece remuneração digna pelo serviço prestado. Todavia, seus Assessores, secretários e até mesmo o simples servidor de serviços  recebe seu saldo, seu sal, ou seja, seu reconhecimento mensal.
O que se vê é a disponibilidade de profissionais – radialistas, repórteres, motoristas, designers digitais – e o alto custo de transmissão e impressão que infelizmente; são desconsiderados e não reconhecidos. A função da imprensa é informar, e, para isso, busca-se patrocinadores e anunciantes, cobrindo os investimentos e custos dessa propagação. Trata-se de uma atividade empresarial, com direitos e deveres previstos em lei.

Como o poder público não tem apresentado a devida consideração, os diretores das mídias acabam priorizando pautas de maior relevância para a população, pois dar espaço gratuito sem reconhecimento é exigir demasiada benevolência. E o governo, por sua vez, não alivia as obrigações, sejam trabalhistas ou tributárias, dificultando ainda mais sua atuação, que depende de toda uma engrenagem para fazer o fato chegar ao público.

É prudente e necessário, seguir os exemplos de associações, cooperativas e empresas comerciais que compreendem que comunicação é parte importante do todo e um investimento e gera retorno. Resta aos poderes municipais que reflitam e revejam suas práticas e reconheçam o valor da imprensa patrocinense como promotora do debate democrático, da informação transparente e da cidadania. É hora de transformar reconhecimento em ação. Simples assim.

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