VARREDORA DE RUA VAI À CÂMARA DE PATROCÍNIO, DENUNCIA PERSEGUIÇÃO E ASSÉDIO MORAL CONTRA MULHERES 

Mai 28, 2025 - 15:23
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VARREDORA DE RUA VAI À CÂMARA DE PATROCÍNIO, DENUNCIA PERSEGUIÇÃO E ASSÉDIO MORAL CONTRA MULHERES 
Thaís Guimarães de Oliveira na tribuna da Câmara Municipal de Patrocínio. Servidora relata ameaças e exposição: “estamos inseguros, ameaçados e sem direitos” | Crédito: Vídeo CMP
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MOTOS E MOTOS

Da Redação da Rede Hoje

A Câmara Municipal de Patrocínio foi palco, nesta terça-feira (27), de um forte pronunciamento de denúncia feito pela servidora Thaís Guimarães de Oliveira, que representou a categoria dos varredores de rua da cidade. Acompanhada por colegas e levada ao plenário pelo vereador Paulinho Peúca, Thaís usou o tempo cedido pelo vereador Ricardo Balila, no Grande Expediente, para relatar casos de assédio moral contra mulheres e perseguição supostamente praticados pelo coordenador da equipe, identificado como Thiago Almeida. “Estou aqui representando a nossa classe de varredores e varredoras. Os outros não vêm por medo de perseguição. Eu não sei se vou conseguir expressar tudo que a gente tem passado nesses cinco meses. Quando a nova gestão entrou, estamos trabalhando inseguros”, desabafou a servidora.
Thaís relatou que os trabalhadores da varrição estão sendo acusados de não cumprirem a carga horária e de negligenciarem suas funções, mas que, segundo ela, a responsabilidade pelos problemas recai sobre a gestão. “Esquecem que os erros que tem na varrição não vêm de nós, vêm de lá de cima. Quando nós fazemos nossa tarefa, sempre sabemos que a carga horária é seis horas. Trabalhamos setorizados, cada um com responsabilidade pelo seu setor”, explicou.
A servidora denunciou que são obrigados a trabalhar em condições arriscadas e insalubres, sem a devida compensação: “Levamos o nome de que não trabalhamos, mas muitos levantam três horas da manhã, duas horas da manhã, meia-noite, para setores do Centro que não têm como varrer porque está cheio de carro. E o nosso coordenador colocou que nós temos que varrer das cinco às onze, onde o movimento de trânsito é imenso, colocando em risco a nossa vida.”
Thaís lamentou a falta de insalubridade no salário: “Não recebemos insalubridade, que é um direito nosso, e a Câmara dos Vereadores fala que não, que tem a legislação própria da Administração.”
Outro ponto grave exposto foi a intimidação sofrida pelos colegas: “Estamos em doze, só duas tiveram coragem de vir aqui, porque recebemos ameaça o dia inteiro. O coordenador vai atrás, falando que ia perder a hora extra, perder o horário de trabalho.”

APOIO DE VEREADORES
O vereador Leandro Caixeta, ex-presidente da Câmara, elogiou a coragem da servidora: “Primeiramente, te parabenizar pela atitude, pela iniciativa. Colocar meu gabinete à disposição. Eu vejo isso tudo que está acontecendo por uma liderança de um coordenador ou de um supervisor que tem que entender, primeiramente, que empresa privada é uma coisa e órgão público é outra.” Leandro Caixeta criticou a postura do coordenador: “Tem que acompanhar as normas judiciárias que dão o direito ao servidor. Não estou entendendo algumas atitudes. Até onde eu sei, o Thiago Almeida vem da iniciativa privada. Quando você entra no órgão público, você tem que acompanhar as normas.” Ele elogiou a atuação do vereador Paulinho Peúca por levar o caso a público: “Parabenizo o Paulinho pela convocação e a gente precisa ser informado sim.”

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DIFERENÇA DE DEIRÓ E GUSTAVO
O vereador destacou ainda a diferença de tratamento da atual administração municipal: “Acredito que esse não é o perfil do Gustavo Brasileiro [prefeito]. Pelo que me mostrou, ele é dez vezes melhor de lidar do que o Deiró, que é um bom gestor, mas de tratamento.. Tem coisa que não está chegando ao conhecimento do nosso prefeito.”

DECISÃO PELO DEBATE
Thaís, ao complementar, reforçou: “A gente só quer uma resposta. Nunca vivemos essa perseguição que estamos vivendo agora, sem segurança.” Diante das denúncias, o presidente da Câmara, Nikolas Elias, encaminhou: “Vamos promover esse debate na próxima semana, tá bom? Vamos encerrar agora.”

CRÍTICAS À CONDUÇÃO ADMINISTRATIVA
O vereador Ricardo Balila se manifestou, criticando a estrutura administrativa e o tratamento dado aos servidores: “Para mudar o contexto, estão dando cargo, aumentando cargo. E não é só um, foram vários: de secretário, de supervisor, de coordenador. Eu nunca vi nada igual.” Ele reforçou o protesto: “A menina (servidora) veio aqui hoje requisitar os direitos dela. Se nós não pegassémos firme, não falava. Ela mencionou muito bem nas minhas redes sociais.” O vereador lamentou a falta de espaço e proteção para denúncias como essa: “Cheguei alí agora em uma das rádios e você vai entrevistar. E a resposta: ‘Tenho que ver com meu coordenador’. Olha só”, concluiu. O presidente da Câmara, Nikolas Elias, convocou debate oficial sobre o tema que foi agendado para a próxima semana.

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